Na educação do futuro, conhecimento vai deixar de ser conteudista para se tornar experiencial
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Educação e Informação

Na educação do futuro, conhecimento vai deixar de ser conteudista para se tornar experiencial

Mesmo com o avanço da tecnologia, ser humano é o protagonista dessa jornada e não as máquinas; realidades imersivas poderão proporcionar uma aprendizagem real e significativa


Quando se pensa no futuro da educação e na educação do futuro, é preciso considerar que são dimensões distintas. Para Ligia Zotini, fundadora do Voicers, um ecossistema de pesquisa, educação e experiências de cenários futuros, enquanto o futuro da educação tem a ver com a incorporação e o uso da tecnologia, a educação do futuro está centrada no ser humano. “O professor e o educador são os protagonistas dessa jornada. São eles que vão criar metodologias e práticas de ensino e aprendizagem a partir dos ambientes e recursos tecnológicos disponíveis, e não o contrário.”


Segundo ela, hoje a tecnologia está avançando na área da educação, com computadores e dispositivos chegando para mais escolas e faculdades e maior acesso à internet. E, olhando um pouco mais para frente, temos outros recursos tecnológicos que estão por vir, como a realidade imersiva e a inteligência artificial (IA), que representarão pontes definitivas entre o mundo material e o digital.


“No ano passado, devido à pandemia, tivemos uma experiência de migração digital à força. Esse processo foi e ainda está sendo difícil, mas estamos aprendendo sobre o que tem que ser migrado para o digital e o que é imperativo que continue no mundo físico. O mundo real sempre vai ser a versão premium das nossas experiências, e a educação acaba sendo essa troca de experiências e de conhecimentos que pressupõe a interação entre as pessoas, primordialmente.”


Nesse contexto, um aspecto que ganha relevância é o deslocamento do foco em conteúdo para o foco na geração de memórias de conhecimento. “Precisamos refletir sobre o conhecimento, não somente a informação se tornando commodity. Com isso, as jornadas de experiências como geradoras de memórias manterão os educadores como parte importante no educar, não as máquinas”, diz a pesquisadora.


Ela aponta que, entre uma ou duas décadas, quando tivermos todas as tecnologias maduras e a possibilidade de gerar um ambiente de experiência também no mundo digital, o conhecimento vai deixar de ser conteudista de uma vez por todas para se tornar experiencial.


De acordo com a especialista, nós seremos arquitetos de memórias, sejam elas de natureza físico-biológica ou digital-sintética. Isso significa que a exposição a conteúdos continuará existindo na jornada educacional das pessoas, mas com realidades imersivas conectadas a assistentes de IA e sob demanda. “Aquilo que buscamos hoje nos livros ou na internet para leitura e memorização será falado em nossos ouvidos por nossos assistentes, na hora que necessitarmos dessa informação. Nessa migração de paradigma, o aprendizado será para uso prático ou reflexivo, por isso a educação terá mais a ver com experiências”.


Para refletir sobre os desafios que as guerras trazem para a humanidade, por exemplo, um educador poderá desenhar uma visita ao museu para ver um determinado remanescente da história e uma ida ao ambiente digital para uma vivência sintética do momento da história. “Essas experiências trarão sensações aos cinco sentidos das pessoas, gerando memórias e não memorizações daquele tema, promovendo assim um aprendizado real.”


Para Ligia, o quanto antes educadores e gestores ganharem repertório sobre as tecnologias que estão chegando e sobre essa postura do professor do futuro, e não só do futuro do professor, mais conseguirão ajustar o processo de migração da educação para o século XXI.


“Ainda estamos presos em paradigmas do início do século XX e do final do século XIX, como estudo seriado, repetitivo e nivelado pela média, e formato fabril de frequência. A educação do futuro terá mais a ver com jornadas individuais, com o educador como um grande arquiteto de memórias, que só acontecem quando o indivíduo vivencia um conteúdo na prática. Esse nível de individualização ainda não é possível hoje, mas será quando a IA, tecnologias imersivas e de biofeedback estiveram à serviço da educação.”


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Ligia Zotini vai discutir o tema “O Futuro da Educação e a Educação do Futuro” no GEduc 2021.


O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento será online e vai reunir mais de 30 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir a “A nova era da educação e da gestão exponencial''. Serão cinco dias – de 12 a 16/04 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link.




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